A Copa Libertadores da América chega às quartas de final de 2025 com um cenário já tradicional: brasileiros e argentinos dominando o torneio. Dos oito classificados, quatro vêm da Argentina e três do Brasil. No meio dessa hegemonia, aparece a Liga Desportiva Universitária de Quito, a famosa LDU, como o clube “intruso” que desafia a lógica e insiste em manter viva a chama do futebol equatoriano no mais importante torneio do continente.
Enquanto o Brasil busca o sétimo título consecutivo — façanha que o colocaria em igualdade com a Argentina, hoje líder do ranking de conquistas com 25 troféus contra 24 dos brasileiros — os hermanos tentam quebrar o jejum que já dura desde 2018, quando River Plate e Boca Juniors fizeram a histórica final em Madri. De lá para cá, só deu Brasil, com Flamengo e Palmeiras empilhando títulos. Agora, a expectativa é saber se o equilíbrio de forças se mantém ou se veremos uma nova surpresa.
O chaveamento deixou ingredientes ainda mais apimentados. O Flamengo caiu no caminho dos argentinos: precisa eliminar o Estudiantes de La Plata e, em caso de avanço, encara Racing ou Vélez na semifinal. Do outro lado, o São Paulo terá que enfrentar a temida altitude de Quito, onde a LDU sempre se fortalece, para depois decidir no Morumbis. E como se não bastasse, o duelo entre River Plate e Palmeiras promete ser um verdadeiro clássico continental, com ida em Buenos Aires e volta em São Paulo.
E a pergunta que paira no ar é inevitável: será que veremos uma semifinal 100% entre Brasil e Argentina, ou a LDU, comandada pelo brasileiro Tiago Nunes, pode novamente desafiar os gigantes e se colocar entre eles? A história recente mostra que o clube equatoriano sabe como surpreender. Afinal, já levantou a taça em 2008 e adora o papel de azarão. Talvez a Libertadores precise mesmo desse tempero: um intruso para incomodar a festa dos donos da casa.
Ruan Franklin
Foto: Vitor Silva