
O Ministério da Educação (MEC) oficializou, no último sábado, (13), o apoio ao projeto “Afrobarroco”, que tem o objetivo de fortalecer a educação antirracista e integrar os saberes científicos e tradicionais. O evento aconteceu no Terreiro das Pretas, no Crato. Na ocasião, o MEC anunciou o repasse de R$ 2 milhões à Universidade Federal do Cariri para a criação do Centro de Referência em Educação para a Equidade Racial do Cariri.
Os cursos que serão oferecidos no centro buscarão refletir sobre os planos nacionais, estaduais e municipais de educação e passarão a contar com a participação da população na construção desses planos. Os cursos também focarão no combate às desigualdades educacionais na região.
O projeto foi idealizado pelo cantor, compositor e pedagogo brasileiro Mateus Aleluia, que estava presente na cerimônia. Também estiveram no evento a secretária de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão do MEC, Zara Figueiredo, do secretário de Formação Artística e Cultural, Livro e Leitura do Ministério da Cultura, Fabiano dos Santos Piúba, além de representantes do Grupo de Valorização Negra do Cariri (Grunec).
Zara Figueiredo ressaltou a urgência de incluir no currículo a discussão sobre cultura afro-brasileira e interromper o ciclo de “pedagogia de evento” para tratar sobre o tema. “O que a gente vê é um conjunto de atrações culturais e que todo mundo gosta, mas não entra no currículo. A gente tem que parar com a pedagogia de evento e efetivamente levar isso para dentro da sala de aula. A gente tem que efetivamente levar isso para o currículo, para as nossas formações. Passou de hora de a gente colocar os saberes tradicionais para conversar com esses saberes que a gente chama de saberes científicos”, destacou.
No segundo dia de evento, representantes das 29 secretarias de educação dos municípios que fazem parte da região do Cariri (CE), além de representantes dos movimentos sociais, reuniram-se no Centro Cultural do Cariri para discutir a integração desses saberes e avaliações sobre melhoria do currículo educacional. As discussões gerarão relatórios que serão entregues ao MEC para aperfeiçoamento de políticas e desdobramentos das discussões.
O apoio ao projeto “Afrobarroco” reafirma o compromisso do MEC com a equidade racial, a justiça social e a valorização dos saberes de origem africana e indígena na formação das novas gerações.
Afrobarroco – Desenvolvido por Mateus Aleluia, pedagogo de formação, o projeto se consolidou como prática educacional e artística comprometido com a implementação da Política Nacional de Equidade, Educação para as Relações Étnico-Raciais e Educação Escolar Quilombola (Pneerq), que regulamenta as Leis nº 10.639/03 e nº 11.645/08.
O projeto prevê a produção de livros, palestra musical, palestras e podcasts com finalidade educativa, garantindo a difusão em escolas públicas, espaços formativos e ambientes acadêmicos, buscando integrar, sobretudo nos currículos da educação básica, saberes científicos modernos e saberes tradicionais